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P: Qual é a diferença entre uma celebração e uma missa?
R: A Santa Missa é a renovação (ou atualização) incruenta do sacrifício que Jesus fez no Calvário para salvar-nos. Ao mesmo tempo, na Missa Ele se dá como alimento e bebida, no Seu Corpo e Seu Sangue, nas aparências de pão e de vinho, visto que depois da consagração não há mais pão nem vinho, mas o Corpo e o Sangue de Jesus, Sua Alma e Sua divindade, Cristo vivo entre nós, tanto quanto está nos Céus.
Celebração é, num sentido amplo, qualquer ato realizado com alguma solenidade (ex: celebrar um aniversário, bodas, formatura). Num sentido mais estrito, dentro da Igreja, utiliza-se para qualquer cerimônia litúrgica, especialmente a celebração eucarística (que é a missa) e a celebração da Palavra. Quando se antepõe Missa e celebração, entende-se esta como celebração da Palavra com distribuição da comunhão sem que seja Missa. É o que se faz geralmente quando não há padre para celebrar a missa.
P: Até quantas vezes uma pessoa pode comungar por dia?
R: Segundo determinação da Santa Sé, pode-se comungar até duas vezes por dia, por exemplo, participando de duas missas.
P: Qual a precedência da missa dominical sobre as de dia de semana?
R: Jesus ressuscitou dentre os mortos no primeiro dia da semana. Enquanto primeiro dia, o dia da Ressurreição de Cristo lembra a primeira criação. Enquanto oitavo dia que segue ao sábado, significa a nova criação inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Para os cristãos ele se tornou o primeiro de todos os dias, a primeira de todas as festas, o dia do Senhor, o domingo.
A celebração dominical da Eucaristia do Senhor constitui o cerne da vida da Igreja. O domingo, dia em que por tradição apostólica se celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como o dia de festa por excelência. Esta prática da assembléia cristã data dos inícios da era apostólica.
Aos domingos e nos outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa. Satisfaz ao preceito de participar da missa quem assiste à missa celebrada segundo o rito católico no próprio dia de festa ou à tarde do dia anterior.
A Eucaristia do domingo fundamenta e sanciona toda a prática cristã. Por isso os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios, ou dispensados pelo próprio pastor. Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado grave.
P: Por que comungamos só o Corpo de Jesus e o padre e o diácono comungam o Corpo e o Sangue? Por que os fiéis não podem comungar nas duas espécies? Explique, pois parece que fica pela metade a celebração.
R: Sob as aparências do pão e do vinho, e de cada uma de suas partículas quando se fracionam, está contido Jesus Cristo inteiro, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Depois da consagração permanecem apenas as aparências de pão e vinho, mas a substância é a do Corpo e do Sangue de Jesus. Ele não se encontra presente na Hóstia consagrada ao modo dos corpos, que ocupam uma extensão material determinada (a mão num lugar, a cabeça noutro), mas está todo inteiro em cada parte. Assim, quando se divide a Hóstia consagrada, está todo o Cristo em cada fragmento dela.
Cristo está inteiro sob cada espécie, ou seja, sob a aparência do pão não está apenas o Corpo de Cristo, nem unicamente o seu Sangue sob as aparências do vinho: em cada uma das espécies se encontra Cristo inteiro. Onde está o Corpo, está, por concomitância, o Sangue, a Alma e a Divindade de Jesus Cristo.
A dupla consagração do pão e do vinho foi realizada por Cristo para melhor representar aquilo que a Eucaristia renova: a morte cruenta do Salvador, que exigiu uma separação do Corpo e do Sangue. Por isso o sacerdote consagra separadamente o pão e o vinho.
Graças à presença sacramental de Cristo sob cada uma das espécies, a comunhão somente a espécie do pão permite receber todo o fruto de graça da Eucaristia. Por motivos pastorais, esta maneira de comungar estabeleceu-se como a mais habitual no rito latino. É inegável que a santa comunhão realiza-se mais plenamente sob a forma de sinal quando se faz sob as duas espécies. Pois sob esta forma o sinal do banquete eucarístico é mais plenamente realçado. Existem várias situações previstas onde podem ser dadas para comunhão as duas espécies.
Portanto, cabe pensarmos em como comungamos: se temos consciência de quem recebemos. O mesmo Jesus do Evangelho, das curas, dos milagres, o Senhor do universo que há de vir para julgar vivos e mortos. Valeria muito se pensássemos que será a única ou a última vez que estamos comungando.
P: Pode um fiel receber a Sagrada Comunhão antes de ter decorrido uma hora após fazer uma refeição? Em que circunstâncias isso pode ocorrer? Quem pode autorizar?
R: Requer-se um jejum para poder comungar. É o chamado jejum eucarístico. Ou seja, deve haver abstenção de qualquer alimento ou bebida desde uma hora antes da comunhão. O objetivo deste multissecular preceito é o respeito e a reverência que se deve ao Santíssimo Corpo do Senhor, que não deve ser confundido como qualquer alimento. A água e os medicamentos não quebram o jejum. Os doentes e pessoas de idade avançada podem comungar ainda que hajam tomado algum alimento na hora imediatamente anterior à comunhão, se isto foi necessário. Também neste caso, encontramos as pessoas que cuidam dos doentes ou dos idosos e que estejam impedidas de comungar na Igreja. O Padre pode dispensar em casos excepcionais. A gravidade do não cumprimento deste preceito pode variar.
P: Posso assistir a missa pela TV? É a mesma coisa que na Igreja?
R: Como programa de televisão, assistir uma missa piedosamente é um bom programa espiritual, mas de forma alguma substitui a missa participada fisicamente. A assistência à missa para cumprir o preceito dominical deve ser real, isto é, o fiel deve encontrar-se no lugar em que está sendo celebrada. Assim, não cumpre o preceito quem segue a missa pela rádio ou televisão.
P: Até que parte da missa posso chegar atrasado sem deixar de cumprir o preceito?
R: A obrigação de participar da missa nos domingos e dias santos refere-se à missa inteira, portanto desde o sinal da cruz até a despedida final. Segundo vários moralistas sérios, quem chegar tarde está obrigado a procurar suprir o que lhe falta noutra missa posterior. É importante observar que o Concílio Vaticano II ensina claramente a unidade da missa e das partes da missa. Uma coisa é chegar atrasado à missa ocasionalmente e por motivos absolutamente excepcionais e outra chegar atrasado de forma sistemática ou por desleixo.
P: O que é necessário para receber a Sagrada Comunhão?
R: Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica: “Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja Católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importantes: o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo”.
Quando se diz “sem consciência de pecado mortal”, de forma alguma se quer deixar a critério de cada um decidir sobre a matéria de pecado mortal. Quem faz tal definição é a doutrina da Igreja. A mesma Igreja que confecciona a Sagrada Comunhão. Portanto, aqui não vale “o que eu acho”, mas o que a Igreja ensina.
O jejum prescrito pela Igreja é de uma hora antes de comungar. Os trajes devem ser condignos com o ato sagrado que se está a realizar. Se soubéssemos da visita de uma autoridade humana em nossa casa, como o receberíamos? Na Sagrada Comunhão recebemos o próprio Deus.
Quanto ao recebimento propriamente dito, pode ser de dois tipos: a) receber diretamente na boca, que é a forma típica da liturgia da Igreja; b) receber na mão, forma concedida pela Santa Sé, a pedido dos bispos do Brasil. Essa segunda forma pede uma atitude corporal adequada, recebendo a comunhão sobre a mão esquerda, tendo a direita por baixo, e, em seguida, com a direita levar a Sagrada Comunhão à boca na frente do ministro do qual se recebeu. Não se deveria comungar caminhando pelo corredor ou deixar para comungar no banco. Somente os ministros autorizados podem carregar a Sagrada Comunhão. E somente os ministros autorizados podem levar a comunhão aos enfermos.
Ainda, os frutos da Sagrada Comunhão dependem também das nossas disposições interiores, da preparação para receber e a atitude pós-recebimento, que deve ser de profunda ação de graças, recolhimento e silêncio. Recolhimento porque, nesta terra, não teremos momento de maior intimidade com Deus, com o qual podemos e devemos conversar. E na preparação não se pode esquecer de que a comunhão freqüente pede confissão freqüente.

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